Amor
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Escritos Aleatórios #03
fevereiro 20, 2013
Em outras horas acho que o sentimento esta oscilando, aquietando-se ou estagnando, mas não. Você vai lá e me faz o favor de aparecer e provar que esse é o mais vão dos equívocos, me mostra que o que sinto não tende a uma oscilação decrescente. Às vezes acho que faz questão de colocar bem na frente dos meus olhos essa progressão geométrica afetuosa que se instala cada vez mais fundo no peito.
E, sabe o que é pior de tudo isso? É que eu tenho certeza que se caso lesse isso a reação que teria seria repuxar esses lábios ridiculamente mordíveis num sorriso de canto, como um garoto que sabe que fez algo errado e que foi pego com a boca na botija, mas não dá à mínima. Um menininho marrento que não se importa em mudar o que acabou de ocorrer pelos simples fato de que tem certeza que vai sair impune! No final, o mais ofensivo ainda, é que sei que eu não faria nada. Ou melhor. Faria. Seria estupida o suficiente pra sorrir de volta, abobalhada por sua fisionomia, e enfeitiçada por você, pelas simplicidades e singularidades da sua personalidade. E nesse instante eu me entrego de novo, me perco mais fundo do que no oceano mais denso.
Você tem essa mania, esse jeito de me tirar de trás dos meus muros, destruir minha armadura com um gesto simplório e me alcançar o amago. Esse jeito de envolver e me levar de onde quer que eu esteja, como uma correnteza me puxando para o fundo, ao mesmo tempo em que me faz ter a noção não imaginável de que eu posso respirar, mesmo com milhões de metros cúbicos de água sobre minha cabeça. Prendendo-me e libertando ao mesmo tempo.
Você me cansa e me revigora, e conseguiu mudar o eixo do meu mundo, me faz odiar o que sinto, por um milésimo de segundo, e então no outro, e nos seguintes, eu só quero arrastada e levada pra você. Não importa onde esteja o quão turbulento pareça, uma parte infundada do meu cerne tem a estranha certeza de que é justamente ali que é o meu lugar.
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