Resenha – As Peças Infernais: Anjo Mecânico

Imagem por: Anabeth Autora: Cassandra Clare Título Original:   The Infernal Devices - Clockwork Angel Páginas: 391 Páginas Edi...

Imagem por: Anabeth
Autora: Cassandra Clare
Título Original:  The Infernal Devices - Clockwork Angel
Páginas: 391 Páginas
Editora: Galera Record
Sinopse: Tessa Gray tem apenas dezesseis anos e, mesmo parecendo ser uma mocinha indefesa, precisa cruzar o oceano de Nova York à Londres vitoriana para encontrar o irmão mais velho. Com a morte da Tia Harriet, ela não tem outra escolha senão ir morar com Nathaniel, o único parente vivo. Porém, para sua grande surpresa, ao desembarcar, Tessa é imediatamente sequestrada pelas irmãs Black e Dark, duas senhoras nada simpáticas que também mantêm Nathaniel em cativeiro.
A segunda novidade é que a srta. Gray não é nem um pouco indefesa. Dona do estranho poder de se transformar em qualquer um apenas ao tocar em algum pertence dessa pessoa, a menina é um objeto valioso para os membros do Clube Pandemônio, uma organização secreta mantida pelas Irmãs Sombrias. Como nada no submundo escapa dos conhecimentos dos Caçadores de Sombras, Tessa é logo resgatada por eles, encontrando abrigo no Instituto de Londres.
Mas as portas do esconderijo, que só podem ser abertas pelos Caçadores de Sombras, protegem Tessa apenas parcialmente. Do lado de fora está se desenrolando uma verdadeira caçada em seu nome, e o Magistrado fará qualquer coisa para tê-la sob seu poder. Com a ajuda de bizarras máquinas humanóides, os autômatos, o novo líder das forças do mal em Londres se infiltrará na cidade, nos becos do submundo e em todo o caminho, até alcançar o coração dos Caçadores de Sombras.
Junto ao temperamental e misterioso Will e seu melhor amigo James, cuja frágil beleza esconde um terrível segredo, Tessa vai aprender a usar seu poder e conquistar um lugar ao lado deles na batalha. Tudo isso para tentar descobrir quem é o Magistrado e qual é a origem de sua habilidade sobrenatural. E sem que ela se esqueça, é claro, de tentar controlar a atração que sente pelos dois garotos. Afinal, muitas vezes o amor é mais poderoso do que qualquer magia.

A primeira impressão que tive do livro é que ele, ao menos em principio, se mostra um pouco mais arrastado que os de TMI, mas tal característica não prejudicou a trama em minha opinião. Por ser um tempo diferente, que remete a origens dos Caçadores de Sombras ancestrais aos de TMI, o desenrolar mais lento pode até ser visto com bons olhos.
Uma das coisas que quero salientar aqui e que fiquei bastante admirada, embora seja algo esperado de quem vá escrever romances históricos, com a preocupação da autora e dedicação para adaptar a história a Inglaterra Vitoriana, e não só pelo livro como pelas observações finais da obra podemos ter a mínima noção da dedicação de Cassandra as pesquisas para ambientar a trama de forma com que ela se ajustasse o máximo possível. Só isso já é suficiente para me causar ainda mais surtos.
Durante a leitura e no início dos capítulos ainda nos deparamos com poesias. Um fato que eu adorei, assim como as citações feitas pelos personagens em seu decorrer. Toda a poesia foi escolhida de modo que seriam as que Tessa, a protagonista, leria em sua época, com duas exceções salientadas pela própria autora. E obviamente a vontade que ficou após encerrar a leitura foi a de procurar cada um dos poemas que ainda não conhecia.

Bem vamos à trama em si. Tessa vai para a Inglaterra encontrar o irmão, e agora único parente vivo após a morte da tia, e quando chega à cidade além de ter uma péssima impressão do país devido ao excesso de umidade e chuva tão característica ainda acaba sendo sequestrada pelas Irmãs Sombrias. E é chantageada a usar seu dom recém-descoberto sob contestantes ameaças das Irmãs Sombrias contra a vida do irmão de Tessa, Nate, o qual elas teriam sequestrado também. A protagonista temendo que algo de ruim aconteça ao irmão acaba colaborando e deixando-se ser treinada. Tal treino visa que ela desenvolva seu dom para ser então entregue ao Magistrado, cuja identidade é desconhecida. Uma noite é resgatada por um caçador das sombras, Will. Paralelo a isso eles descobrem a existência de autômatos, espécimes de robôs construídos para se assemelhar a humanos e que de alguma forma parece ter relação com o Magistrado. Tessa é então abrigada no Instituto de Londres e se dá inicio ao romance e futuro alicerce de um triangulo começa a se desenrolar ao passo que os Caçadores e a própria garota começam a investigar sobre os autômatos, o desaparecimento de Nate, a identidade do magistrado, dentre outros mistérios que vão surgindo.
Tessa, ao contrário da Mala, digo Clary, não é uma protagonista com a qual eu tenha passado muita raiva. Ela tem um crescimento até interessante em seus conceitos no livro, originando boas reflexões em se tratando da época. Ela parece chocada quanto a postura de uma mulher em quanto caçadora das sombras, ou mesmo com a forma que Sophie, a ‘criada’ do Instituo, trata os moradores da casa. Através de sua visão inicial podemos ter uma boa noção de como seriam os preceitos aplicados a postura das inglesas durante a época vitoriana.
Embora em parte do livro ela mesma desconheça isso, Tessa é forte e tenaz, a forma como suporta as adversidades visando à proteção do irmão é muito digna. E embora ela tenha seus momentos de reflexão e duvidas ao questionar-se quem é ou em relação ao que sente não demostra uma vulnerabilidade irritante conforme ocorre com outras mocinhas.
William Herondale, ou Will, no inicio pensei que tivesse o humor de Jace, mas no final me vi enganada. Eles são diferentes, a não ser pelo fato de que Will também me fez querer bater nele várias vezes. Seu personagem é todo mistério e um dos que me deixou mais perguntas em relação a sua origem e os possíveis esqueletos no armário que ele esconde. E toda essa nebulosidade e alusão a “algo errado” que ele possa guardar segredo são deliciosamente instigantes. Jem, por outro lado é um docinho no quesito gentileza, e apesar de ter seu segredo é ele quem podemos conhecer melhor na trama, Jem mesmo com sua “limitação” e saúde frágil é um bom Caçador, determinado e melhor amigo de Will. É literalmente ele quem vive salvando as costas do amigo; O rapaz toca violino e tem origem chinesa (Henry Lau é você meu bem???) e provavelmente me fará ficar bem dividida nos próximos volumes.
Além deles o livro conta com outros personagens interessantes, como Charlotte, a mulher é quem coordena o instituo e através dela podemos ver como o sexo feminino era reprimido a época. Charlotte por vezes tem que se desdobrar para se fazer ouvida e como disse em certa passagem no livro, por ser mulher parece não ter o direito de errar sem que outros caiam em cima de suas decisões. Charlotte é inspiradora e uma das personagens que mais admirei no livro. Henry seu marido é o contrapeso, ele é brilhante, mas muito atrapalhado, e de maneira alguma serve para dirigir o Instituto, prefere se manter na profundezas do lugar trabalhando em engenhocas que nem sempre dão certo. Mas Henry é incrível a sua maneira, e é como a figura paterna para os outros.
Oposta a Charlotte temos Jessamine, uma caçadora das sombras que não gosta do que é. Seu sonho é como o que deveria ser o pensamento normal a grande massa da época, casar-se e ser uma boa esposa com uma vida simples e viver bem longe dos outros Caçadores de Sombras. O antagonismo entre os princípios dela e os de Charlotte é mais uma boa reflexão em relação à sociedade vitoriana. E, embora ela me irrite durante grande parte do livro, ainda tive meus momentos de complacência para com sua personagem.

O livro em si é uma ótima leitura e com toda certeza o recomendo, Cassandra trabalha com maestria uma nova corrente do universo que já conhecemos de TMI, explorando-o de maneira satisfatória e sem deixar de lado seus tão característicos méritos em ação, e forma de trabalhar sentimentos e laços como ela bem sabe. Muitas questões naturalmente ficaram sem respostas, e eu realmente não entendi o que realmente é o tal anjo mecânico que Tessa leva para todo lado, e a resposta para o que nossa protagonista realmente é ficou para um próximo livro, mas isso só serviu para prender-me ainda mais a trama. E como um primeiro volume de uma série os fios soltos já eram esperados.

Em breve posto as resenhas dos outros dois. Já estão escritas.

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3 comentários

  1. Morro de vontade de ler essa série, amo demaaaaais TMI! <3 A Cassandra é diva, haha. Adorei a resenha, ficou bem clara.. Ah, a Clary não é tão mala assim, vai.. eu até gosto dela. Beijos!

    http://amandainacio.com/

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    1. Oi Am! Leia vai adorar! Sério me apaixonei mais por essa saga do que pela outra.. Eu fui achar Clairy menos mala no terceiro livro, mas os dois primeiros me passaram raiva como nunca udhsuhdushds.
      Obrigada pelo Elogio ^^

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  2. Oiee :)
    Essa capa é linda demais aliás todas as capas da série. Ainda não tive a oportunidade de ler -R$- mas farei um dia, gostei da forma que deixou tua opinião e espero ser conquistada.
    Beliscões da Máh♥
    Cantinho da Máh

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