Resenha: Anna e o Beijo Francês de Stephanie Perkins

Anna e o Beijo Francês - Stephanie Perkins Editora: Novo Conceito - 288 páginas.   Sinopse:  Anna Oliphant tem grandes planos para se...

Anna e o Beijo FrancêsAnna e o Beijo Francês - Stephanie Perkins
Editora: Novo Conceito - 288 páginas.


 Sinopse: Anna Oliphant tem grandes planos para seu último ano em Atlanta: sair com sua melhor amiga, Bridgette, e flertar com seus colegas no Midtown Royal 14 multiplex. Então ela não fica muito feliz quando o pai a envia para um internato em Paris. No entanto, as coisas começam a melhorar quando ela conhece Étienne St. Clair, um lindo garoto -que tem namorada.Ele e Anna a se tornam amigos mais próximos e as coisas ficam infinitamente mais complicadas. Anna vai conseguir um beijo francês? Ou algumas coisas não estão destinadas a acontecer?

Já passava bastante das duas da manhã e o que eu estava fazendo? Tendo surtos de amores, ainda abraçada ao livro, enquanto tomava minha versão improvisada de Chocolat Chaud – que se resume a chocolate quente encorpado com leite condensado, achocolatado e uma colher de Nutella.
Sinceramente, confesso que quando comprei "Anna e o Beijo Francês" não esperava muito do livro, um romance "água com açúcar" que se passa num pais que não sou muito fã, nada mais. Contudo, no decorrer das páginas fui me apaixonando cada vez mais pela história, sentindo-me envolvida e aflita pelos dramas de "Ah-Na" – e a quem queremos enganar? – morrendo de amores pelo adorável, inteligente, fofo e sexy Étienne St. Clair. Aqui lanço a questão: Só eu achei o nome dele delicioso de se dizer? No francês ao contrário do português o acento agudo "fecha" o som do vogal e isso deixa a pronuncia muito agradável aos ouvidos. A personalidade dele é apaixonante, e suas ações no desenrolar das páginas nos fazem querer ter um namorando como ele; para podermos assistir diversas seções de cinemas, discutir História e livros, passearmos por belos lugares em sua agradável e interessante companhia, ou simplesmente nos deitarmos sobre a grama num dia de primavera e observarmos seus belos olhos castanhos ou entrelaçar os dedos pelos seu sedoso cabelo castanho. Enfim, deixemos meus surtos pelo protagonista à parte antes que eu resolva me empolgar – ainda mais – e voltemos ao livro em si.
Um das coisas que mais gostei no decorrer da trama foi o fato de que mesmo Étienne e Anna tendo seus relacionamentos à narração não se foca exaustivamente no triangulo amoroso em si. Toph/Nate e Ellie são apenas planos de fundos e meros personagens secundários, sendo evocados apenas nas partes essenciais ao invés de se tornarem aquele encosto como acontece na maioria dos YA por ai. E isso é definitivamente reconfortante e torna a leitura ainda mais leve.
Falando em personagens secundários, só eu achei que a implicância da Anna com a escrita do pai parecia um crítica (in)direta a autores da laia de Nicholas Sparks e seus finais mórbidos? Ao menos para mim a semelhança entre os romances de James Ashley e do Sparks pareciam gritantes.
De qualquer forma, melhor voltar ao foco. Anna. Ela não é uma personagem perfeita – isso é um elogio –, ela tem problemas e se sente insegura em lidar com a mudança imposta por seu pai de Atlanta para Paris, dificuldade para lidar com a língua francesa, o que acaba rendendo boas rizadas. Aos tropeços ela consegue ir se adaptando a vida na escola nova. Cometendo erros e acertos, lidando com professores e claro seu sentimento por aquele que se torna mais que seu melhor amigo e que infelizmente tem namorada. É bem fácil de identificar-se com ela, e entende-la.
Mer, Rash e Josh também são ótimos personagens, embora Meredith tenha me irritado em certo ponto. Rashimi me surpreendeu um pouco, pois assim como a protagonista o fez eu demorei a entendê-la, e na conversa pós-ressaca do refeitório eu realmente quis abraça-la. Josh, e seus desenhos me deixaram vários momentos tentando imaginar como seria seus traços, o que talvez seja uma brisa mais particular por ter feels por desenhista, mas ok. Gostaria de ter conhecido-o um pouco mais, porém posso me conter imaginando mais sobre ele.
De pontos negativos sobre o livro, tenho apenas a má edição da narração em algumas partes, onde travessões estão faltando ou sobrando. O que confunde um pouco na leitura, mas Perkins nos faz viajar pelas palavras de uma maneira tão gostosa que acabo relevando esse fato. E por falar nela, eu adorei as mechas azuis da foto da orelha da contra capa, ademais, ela ainda conseguiu me arrancar um mini surto de fofura pelos seus agradecimentos ao marido. Um amor.

No final chego à conclusão de que Mademoiselle Oliphant, assim como Étienne, são personagens que você com certeza gostaria de conhecer e conviver com eles, ao menos foi essa a sensação que me ficou ao devorar as páginas. Assim sendo, "Anna e o Beijo Francês" deixa-me com um gosto de quero mais... E eu realmente preciso comprar "Lola e o Garoto da Casa ao Lado" para saber um pouco mais deles e me deliciar com mais – o que espero que seja – uma boa história de Stephanie Perkins.


“Sinto falta de Paris, mas lá não é minha casa. É mais algo do tipo sentir falta... disso. Desse calor pelo telefone. É possível que lar seja uma pessoa e não um lugar? (...) Eu reflito sobre isso à medida que nossas vozes vão se cansando e nos paramos de conversar. Nós só ficamos na companhia um do outro. Minha respiração. Sua respiração. Minha respiração. Sua respiração.Eu não poderei nunca dizer a ele, mas é verdade. Isto é estar em casa. Nós dois.”

–– Capítulo 29 – Página 195.


“... E então viro outra quadra, e meu peito aperta tanto, tão dolorosamente, que não consigo mais respirar. Porque lá está ele. Ele está absorto em um livro enorme, debruçado e completamente hipnotizado. Uma brisa agita seu cabelo e ele morde as unhas. Josh está sentado a alguns metros, livro escuro de esboços e o pincel chinês em movimento. Várias outras pessoas estão tirando proveito do raro momento de sol, mas , assim que eu os percebo, esqueço-as. Por causa dele. Seguro na ponta da mesa de um café na calçada para evitar cair. Os fregueses do café me olham alarmados, mas não me preocupo. Estou cambaleando e busco por ar. Como posso ter sido tão estúpida? Como posso ter acredito, por um momento, que não estava apaixonada por ele?”

–– Capítulo 31 – Página 202.

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