Pois bem, talvez eu esteja mesmo tendendo cada vez mais a
romances históricos, e o de hoje se passa na Inglaterra feudal. Mas, se você
está esperando por uma protagonista delicada e maleável feito um algodão realmente
creio que Finnulla Crais, ou Bela Fin, seja a mais indicada. Afinal, ao
contrario do esperado para donzelas da época, essa garota anda por ai vestindo
calças de couro apertadas que deixam a mostra sua silhueta, e como se não
bastasse carrega consigo um arco ao qual
maneja perfeitamente, a ponto de conseguir o ‘título’ de mulher pontaria de
Shropshire. Tudo isso aos dezessete anos de idade. Obstinada, esse é um bom
adjetivo pra Finn.
No entanto, apesar de suas atitudes rebeldes a ruivinha se
mostra uma criatura de coração enorme, chegando a correr o risco de ser presa
ao caçar na propriedade do Conde, apenas para alimentar os servos e empregados
que passavam fome devido a alta tributação e baixo pagamento impostos por Reginald
Laroche, o intendente responsável pela administração das terras. Essa sua
qualidade acaba lhe sendo seu calcanhar de Aquiles, da qual Mallena, sua irmã
se aproveita, fazendo a mais nova acatar seu plano de sequestro para conseguir
recuperar o dinheiro do dote que a primeira gatou em ‘vestidos e
quinquilharias’, e, sem qual não poderá
se casar.
Nesse momento entra em cena Hugo Fitzstephen, um cavaleiro,
recém chegado das cruzadas da Terra Santa que está voltando a Inglaterra para reivindicar
a herança, propriedades e título que lhe é de direito, graças a morte de seu
pai que morreu a um ano. O caminho de Hugo cruza-se com o de Finn quando o
mesmo para em uma estalagem, o mesmo fica chocado, mas também admirado com a
figura da garota, devido aos seus trajes. Enquanto ela, depois de saber de onde
o rapaz vinha, decide que aquele era o alvo perfeito para conseguir o dinheiro
que sua irmã precisava.
A garota o segue, armando uma emboscada, e conseguindo prender
o homem, que ao ser questionado sobre sua identidade se apresenta como Hugh
Fitzwilliam, filho de um cavaleiro que morava em um solar perto de Caterbury, uma
aldeia logo depois de Stephensgate. Finn sem desconfiar de quem realmente
estava sequestrando começa uma viagem tumultuada de volta a aldeia, onde o
entregaria para a irmã que pediria o resgate.
Mas, é claro que o caminho até lá não seria nada fácil. Como
se não bastasse o temperamento peculiar de Hugo – que apesar de se deixar ser
sequestrado, devido à beleza de sua raptora – consegue tirá-la do sério, em
todos os sentidos possíveis. Fazendo com que Finn torne-se cárcere em um
pendulo entre vontade de mata-lo e desejo por tê-lo, que mais tarde se torna um
sentimento mais profundo nos dois corações. A trama rende varias passagem
engraçadas, desde provocações sobre a capacidade de cada um, até, claro, as
roupas da garota. E, como não poderia ser diferente, uma das minhas cenas
favoritas passou-se justamente quando a Bela Fin é obrigada a disfarçar-se com
um vestido para poder hospedar-se em uma estalagem. Um dos pontos altos do livro.
Agora vou controlar meus dedos para não citar minhas outras
partes favoritas que poderiam estragar as surpresas. Porém, devo dizer que o
leitor deve prestar atenção nos detalhes, jogados como quem não quer nada pela incrível
habilidade de Meg, e sua capacidade de nos surpreender uma boa quantidade de
vezes com guinadas no rumo da história. Ao ponto de você achar que o livro
acabou (ao menos na questão de desenrolar de novos fatos), e se ver admirado
com uma nova onda de acontecimentos que te prendem ate as ultimas linhas.
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