Meus Textos
Sick
novembro 12, 2011
P.S. A letra não tem nenhuma relação
com a história.
Só a melodia que me inspirou.
Já eram quase dez da noite e eu estava caminhando aleatoriamente
enquanto tentava livrar minha mente da tonelada de problemas de sempre.
Trabalho, discussões familiares, provas monstruosas e ainda um maldito
professor da faculdade que me colocou na sua lista negra pelo simples fato de que
eu discordei de uma de suas teorias. E olha que a matéria tem duas vertentes
claras, até mesmo em livros. Definitivamente o “mundo moderno’ não permite as
pessoas terem opinião própria.
As corridas noturnas eram pra mim como uma válvula de escape,
geralmente só parava os exercícios quando estava fisicamente exausto. Era bem
mais fácil poder chegar em casa e desmaiar na cama depois de um banho. Só assim
eu poderia dormir sem ficar remoendo problemas por horas a fio. Método ruim?
Seria isso ou passar a tomar remédios.
Alguns amigos andavam me diagnosticando com insônia por falta de
mulher. Como se a causa do problema que os pseudo-médicos me deram já não fosse
estranha, o grupinho, que até pouco tempo atrás não perdiam uma deixa para
levantar a bandeira dos solteiros, me mandaram arrumar uma namorada. É a vida
realmente dá muitas voltas.
Talvez não fosse uma idéia tão ruim assim, já que todos eles
pelo menos aparentavam estar bem felizes com suas respectivas garotas. Pois é,
sou o último solteiro da patota. No entanto, pensando por outro lado, se eu for
mesmo cogitar a idéia não acho que seja tão fácil assim. Afinal as garotas que se
pega na noite por ai não são as que se quer pra namorar. As do “biótipo certo”
estão em falta, já que a maioria ou são interesseiras, desinteressantes, ou não
tem um pingo de autocontrole sobre elas mesmas, não que eu queira uma mulher
que seja controladora, mas também não quero alguém totalmente dependente.
Revirando minha mente atrás de uma opção dentre as garotas que conheço não
consigo encontrar uma com pelo menos duas das qualidades que citei, pelo menos
não que esteja disponível. E elas ficam reclamando que falta homem no mercado,
vida irônica.
Minhas divagações mentais me fizeram rir, eu havia ficado tão
abalado assim com a sugestão dos caras? Aumentei o volume do ipod e voltei a correr
dessa vez ainda mais rapidamente, queria parar de pensar. Tudo estava indo
muito bem, até que depois de uns cinco minutos virei numa curva ladeada por
árvores que impediam a visão de quem vinha do outro lado e acabei trombando com
alguma coisa, me desequilibrei e cai. No entanto ao invés de sentir o impacto do
chão com meu rosto, a queda foi amortecida por algo macio e curvilíneo. O que
constatei depois ser o corpo de uma garota, que naquele momento me xingava
baixo, enquanto eu a encarava desnorteado pelo deslize.
– Ah droga! Foi mal! – desculpei-me de forma desajeitada enquanto
a ajudava levantar do chão.
– Eu diria que foi péssimo. – retrucou em to irônico, mas ainda
assim com um vestígio de divertimento que já me era familiar.
– O que ta fazendo aqui a essa hora? – perguntei.
Se eu bem me lembro aquela garota de cabelo preto e mechas azuis
que sentava a quatro mesas de distancia da minha no ultimo horário da quinta
feira não era o tipo de pessoa que larga seus livros tão facilmente, quanto mais pra caminhadas noturnas. Pensar nisso me
lembrou um fato meio irônico, apesar apesar de ser uma universitária nota dez para a maioria dos
professores, assim como eu, ela também estava na lista negra daquele professor que
não ia com a minha cara. O motivo disso? Sabe as mechas azuis do cabelo dela, –
que tenho que confessar agrada bastante a mim, por ser uma coisa inesperada para
alguém do nosso curso, e uma marca de sua personalidade, que segue o que
acredita e não a opinião da maioria. – pois então, o idiota acha que elas são
totalmente inadequadas. Enfim, ser odiado por um professor imbecil foi a
segunda coisa de várias, além do curso, que eu descobriria, mais tarde, termos
em comum.
Mas, voltando ao história, ao invés de responder de forma normal
ela levantou uma das sobrancelhas apontando para a roupa de ginástica e os tênis
de corrida, com uma cara de quem diz: “Isso devia ser óbvio até pra você”.
– Quis saber o porquê de você estar correndo a essa hora da
noite. – reformulei a questão enquanto tirava uma folha do cabelo dela.
– Ajuda a aliviar o estresse. – ela deu de ombros e eu assenti
concordando. Terceira coisa em comum. – Sabe como é trabalho, família,
faculdade, isso pode acabar com a mente e o sono de uma pessoa. – ela riu de
forma enviesada.
-- Entendo. – “Pelo menos
não sou o único” confessei mentalmente. E depois disso acabei me
perguntando se entre as coisas que tínhamos em comum ela também estaria
precisando de um namorado. Não poderia questioná-la sobre isso, então
simplesmente perguntei algo mais natural. – Quer companhia para o resto do
percurso?
– Não vejo porque não. – Respondeu
com um sorriso contido.
Seguimos pelo parque lado a lado, aproveitando para conversar
sobre os mais diversos assuntos. Acabei descobrindo mais coisa em comum com
aquela garota. Desde então passamos a ir juntos ao parque com cada vez mais freqüência.
Um dia deixamos de correr e começarmos a caminhar... Só que de mãos dadas. Pois
é, acho que curamos a insônia um do outro.
Por: Priscila
M. Santos - 12/11/2011 – 19:55 horas
Nota: Esse conto[?] ficou maior do que eu esperava XD
Desculpem se ficou ruim, meio gay, não sou muito boa em escrever do ponto de vista masculino. Relevando isso espero que tenha gostado. Bjinhos...
3 comentários
Ia dizer amei, mas já disse isso da maioria né?
ResponderExcluirEntão deixa eu dizer "esse foi o que mais gostei".
Esse vale uma continuação...
Não ficou nenhum pouco gay, ficou muito bom.
Deu vontade de sair correndo [e sairia se não fosse tão tarde da noite].
Sério mesmo, desse.... pode ate sentir um gosto de continuação.
Beijos ~
Olha Pryh. Sinceramente, eu estou boquiaberta aqui. Você evoluiu tremendamente na sua escrita, eu sinceramente, adorei.
ResponderExcluirVoce usou os pontos fortes nos pensamentos do rapaz, deixou masculino sem ser pesado ou machista, o equilibrio ficou perfeito.
Esta realmente de parabéns. Da vontade de sair caminhar e ver se eu dou sorte, haha.
Mas serio, a cada post novo seu, eu fico mais impressionada.
Divide o talento comigo, por favor? ):; Q
enfim amor, parabpens. Eu ainda to boquiaberta pelo seu talento!
UAU! Adorei a fic! Ficou bem legal o ponto de vista masculino, muito bom mesmo.
ResponderExcluirParabéns, menina! Faça continuação porque merece! ^^v